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Seventh Son, EUA/Reino Unido/Canadá/China, 2014 | Duração: 1h42m03s | Lançado no Brasil em 12 de março de 2015, nos cinemas | Inspirado no romance "The Spook's Apprentice", de Joseph Delaney. História de Matt Greenberg. Roteiro de Charles Leavitt e Steven Knight | Dirigido por Sergei Bedrov | Com Jeff Bridges, Ben Barnes, Alicia Vikander, Antje Traue, Olivia Williams, John DeSantis, Djimon Hounsou, Kit Harington e Julianne Moore.
No discurso de agradecimento pelo prêmio de melhor atriz por seu trabalho em Para Sempre Alice durante a última cerimônia do Oscar, Julianne Moore afirmou que "Não existe isso de 'melhor atriz', como evidenciado pelas performances das demais indicadas". Destituída de qualquer hipocrisia ou falsa modéstia, Moore estava certíssima: atuações são extremamente subjetivas, a opinião dos votantes da Academia não é de forma alguma suprema e, como em qualquer eleição, os resultados dos Oscars são influenciados por uma série de fatores externos, como as dispendiosas campanha dos estúdios - sem contar que, naturalmente, o prêmio diz respeito a um trabalho específico, e não ao desempenho do artista ao longo daquela ano ou em toda sua carreira. Caso a premiação considerasse mais obras dos indicados, aliás, este O Sétimo Filho provavelmente demandaria que a estatueta de Moore fosse recolhida, já que seu trabalho aqui definitivamente não faz jus a seu talento.
A culpa, claro, não é só da atriz, por ter assinado o contrato e se envolvido com o projeto. Escrito por Matt Greenberg, Charles Leavitt e Steven Knight com inspiração no livro de Joseph Delaney ou em qualquer uma das incontáveis histórias de caça às bruxas que o Cinema e a Literatura já contaram, o filme traz Jeff Bridges na pele do Mestre John Gregory, um caça-feitiço que, após perder seu aprendiz Bradley (Kit Harington) para os encantos fatais da bruxa Mãe Malkin (Julianne Moore), visita a humilde família Ward e oferece uma quantia generosa por Tom (Ben Barnes), o sétimo filho de um sétimo filho. A poucos dias da Lua de Sangue cheia - fenômeno que ocorre uma vez a cada milênio e renova o poder da bruxarada -, Gregory vê seus esforços de derrotar a vilã e seus aliados comprometidos pela falta de habilidade do novo aprendiz - até descobrir uma herança genética que, claro, torna Tom único e especial, senão o único apto a abater a facção inimiga.
Calcado em elementos frágeis e tolos trabalhados de forma idem, O Sétimo Filho é uma produção derivativa e sem personalidade que não consegue escapar do fracasso nem mesmo com a ajuda dos nomes de peso do elenco: enquanto a já mencionada Julianne Moore é desperdiçada em um papel que não lhe oferece um desafio sequer, exigindo que a atriz simplesmente mantenha uma postura confiante, imponente e sedutora ao longo de toda a projeção, o veterano e premiado Jeff Brigdes parece meramente reciclar o despojamento e outros detalhes de sua composição para R.I.P.D. - Agentes do Além que, muito benéficos para aquela obra medíocre, aqui apenas conferem uma dose moderada de humor e credibilidade ao personagem - insuficiente, entretanto, para elevar a produção a um patamar respeitável. E embora surja vigoroso como o novo caso de typecasting favorito de Hollywood nas poucas cenas em que aparece, Kit "Jon Snow" Harington talvez chame tanta atenção quanto o bonitinho-mas-ordinário Ben Barnes, que não consegue conferir peso algum ao personagem-título e atravessa a narrativa sem causar qualquer tipo de impressão mais forte.
Contando com efeitos especiais até eficientes, mas mais alegóricos do que qualquer outra coisa, O Sétimo Filho consegue ser genérico e derivativo até em seu design de produção: da decoração dos cenários aos figurinos, nada foge de tudo aquilo que o gênero já criou e recriou. Para piorar, a escuridão que domina a maior parte da narrativa torna o visual do filme ainda mais desinteressante, além de prejudicar ativamente o efeito 3D - que, mesmo nas cenas bem iluminadas, ainda é comprometido, mas dessa vez pelo uso frequente e inoportuno de soft focus, que "embaça" boa parte do quadro em várias ocasiões. E será que já mencionei que, como se tudo isso não bastasse, o 3D do filme ainda é convertido?
Mantido na geladeira por quase três anos (a fotografia principal do filme foi realizada no primeiro semestre de 2012), O Sétimo Filho até compensa subtramas aborrecidíssimas (como o estúpido romance entre Tom e uma jovem meio-bruxa) com uma ou outra sequência de ação aceitável, mas é incapaz de conceber até mesmo um clímax decente, enviando o espectador pra fora da sala de cinema frustrado e descompensado por várias razões diversas e imagináveis.
A culpa, claro, não é só da atriz, por ter assinado o contrato e se envolvido com o projeto. Escrito por Matt Greenberg, Charles Leavitt e Steven Knight com inspiração no livro de Joseph Delaney ou em qualquer uma das incontáveis histórias de caça às bruxas que o Cinema e a Literatura já contaram, o filme traz Jeff Bridges na pele do Mestre John Gregory, um caça-feitiço que, após perder seu aprendiz Bradley (Kit Harington) para os encantos fatais da bruxa Mãe Malkin (Julianne Moore), visita a humilde família Ward e oferece uma quantia generosa por Tom (Ben Barnes), o sétimo filho de um sétimo filho. A poucos dias da Lua de Sangue cheia - fenômeno que ocorre uma vez a cada milênio e renova o poder da bruxarada -, Gregory vê seus esforços de derrotar a vilã e seus aliados comprometidos pela falta de habilidade do novo aprendiz - até descobrir uma herança genética que, claro, torna Tom único e especial, senão o único apto a abater a facção inimiga.
Calcado em elementos frágeis e tolos trabalhados de forma idem, O Sétimo Filho é uma produção derivativa e sem personalidade que não consegue escapar do fracasso nem mesmo com a ajuda dos nomes de peso do elenco: enquanto a já mencionada Julianne Moore é desperdiçada em um papel que não lhe oferece um desafio sequer, exigindo que a atriz simplesmente mantenha uma postura confiante, imponente e sedutora ao longo de toda a projeção, o veterano e premiado Jeff Brigdes parece meramente reciclar o despojamento e outros detalhes de sua composição para R.I.P.D. - Agentes do Além que, muito benéficos para aquela obra medíocre, aqui apenas conferem uma dose moderada de humor e credibilidade ao personagem - insuficiente, entretanto, para elevar a produção a um patamar respeitável. E embora surja vigoroso como o novo caso de typecasting favorito de Hollywood nas poucas cenas em que aparece, Kit "Jon Snow" Harington talvez chame tanta atenção quanto o bonitinho-mas-ordinário Ben Barnes, que não consegue conferir peso algum ao personagem-título e atravessa a narrativa sem causar qualquer tipo de impressão mais forte.

Contando com efeitos especiais até eficientes, mas mais alegóricos do que qualquer outra coisa, O Sétimo Filho consegue ser genérico e derivativo até em seu design de produção: da decoração dos cenários aos figurinos, nada foge de tudo aquilo que o gênero já criou e recriou. Para piorar, a escuridão que domina a maior parte da narrativa torna o visual do filme ainda mais desinteressante, além de prejudicar ativamente o efeito 3D - que, mesmo nas cenas bem iluminadas, ainda é comprometido, mas dessa vez pelo uso frequente e inoportuno de soft focus, que "embaça" boa parte do quadro em várias ocasiões. E será que já mencionei que, como se tudo isso não bastasse, o 3D do filme ainda é convertido?
Mantido na geladeira por quase três anos (a fotografia principal do filme foi realizada no primeiro semestre de 2012), O Sétimo Filho até compensa subtramas aborrecidíssimas (como o estúpido romance entre Tom e uma jovem meio-bruxa) com uma ou outra sequência de ação aceitável, mas é incapaz de conceber até mesmo um clímax decente, enviando o espectador pra fora da sala de cinema frustrado e descompensado por várias razões diversas e imagináveis.
