
Em determinado plano de Um Fantástico Medo de Tudo, os diretores Crispian Mills e Chris Hopewell escurecem a maior parte do quadro para destacar uma porção de uma estante de livros que se assemelha à imagem do crânio de uma caveira, que jamais visualizaríamos sem este artifício - e que, então, passamos a enxergar sempre que o cenário ressurge. Com isso, experimentamos um pouco da paranoia de Jack (Simon Pegg), um sujeito que, após estudar minunciosamente o modus operandi de uma série de psicopatas do século XIX com o propósito de escrever roteiros de suspense, acaba desenvolvendo um medo irracional de ser assassinado e passa a enxergar evidências da presença se serial killers em todos os locais que frequenta.
Esta é a divertida premissa da comédia britânica Um Fantástico Medo de Tudo, que, aberta com créditos iniciais inspirados em filmes de terror e escrita por Crispian Mills, acompanha a perturbação demente do personagem de Simon Pegg (Missão: Impossível - Protocolo Fantasma) durante uma noite em que o sujeito precisa sair de casa para uma reunião de negócios. Porém, para ir ao tal encontro, Jack precisa esta apresentável, trajando roupas limpas inexistentes em sua residência - o que o obriga a deixar o apartamento e enfrentar uma antiga fobia relativa a lavanderias.
A sequência no estabelecimento, aliás, é uma das mais divertidas, por levar a irracionalidade de Jack às últimas consequências em um ambiente absolutamente improvável. Além disso, a cena que ilustra o pontapé inicial da paranoia do protagonista é curiosa e bem conduzida, da mesma forma que as cenas ambientadas no apartamento de Jack são hábeis em exprimir a tolice dos medos do personagem - que chega a assustar até mesmo com o próprio reflexo, rejeita ligações telefônicas em decorrência do histórico uso do aparelho em tramas de horror e protagoniza uma versão inusitada e invertida da clássica cena do banho de Psicose -, além de articular suficientemente bem os eventos que o obrigam a sair de casa como uma figura grotesca.
É uma pena, portanto, que os realizadores não consigam conduzir a trama a um desfecho satisfatório: os desdobramentos da sequência da lavanderia abraçam uma subtrama tola e aborrecida, que brinca de forma periférica e desinteressante com as convenções de filmes de serial killer, não faz jus ao potencial da premissa e encerra a comédia deixando um gosto amargo na boca do espectador.

A Fantastic Fear of Everything, Reino Unido, 2012 | Escrito por Crispian Mills | Dirigido por Crispian Mills e Chris Hopewell | Com Simon Pegg, Alan Drake, Clare Higgins, Amara Karan, Michael Feast, Paul Freeman, Henry Lloyd-Hughes.
Esta é a divertida premissa da comédia britânica Um Fantástico Medo de Tudo, que, aberta com créditos iniciais inspirados em filmes de terror e escrita por Crispian Mills, acompanha a perturbação demente do personagem de Simon Pegg (Missão: Impossível - Protocolo Fantasma) durante uma noite em que o sujeito precisa sair de casa para uma reunião de negócios. Porém, para ir ao tal encontro, Jack precisa esta apresentável, trajando roupas limpas inexistentes em sua residência - o que o obriga a deixar o apartamento e enfrentar uma antiga fobia relativa a lavanderias.
A sequência no estabelecimento, aliás, é uma das mais divertidas, por levar a irracionalidade de Jack às últimas consequências em um ambiente absolutamente improvável. Além disso, a cena que ilustra o pontapé inicial da paranoia do protagonista é curiosa e bem conduzida, da mesma forma que as cenas ambientadas no apartamento de Jack são hábeis em exprimir a tolice dos medos do personagem - que chega a assustar até mesmo com o próprio reflexo, rejeita ligações telefônicas em decorrência do histórico uso do aparelho em tramas de horror e protagoniza uma versão inusitada e invertida da clássica cena do banho de Psicose -, além de articular suficientemente bem os eventos que o obrigam a sair de casa como uma figura grotesca.
É uma pena, portanto, que os realizadores não consigam conduzir a trama a um desfecho satisfatório: os desdobramentos da sequência da lavanderia abraçam uma subtrama tola e aborrecida, que brinca de forma periférica e desinteressante com as convenções de filmes de serial killer, não faz jus ao potencial da premissa e encerra a comédia deixando um gosto amargo na boca do espectador.


A Fantastic Fear of Everything, Reino Unido, 2012 | Escrito por Crispian Mills | Dirigido por Crispian Mills e Chris Hopewell | Com Simon Pegg, Alan Drake, Clare Higgins, Amara Karan, Michael Feast, Paul Freeman, Henry Lloyd-Hughes.