Daniel Ribeiro é um nome promissor no Cinema brasileiro. Embora seus dois curtas (este Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho) deixem perfeitamente clara sua afinidade pela temática homossexual, também é bastante evidente que o cineasta não possui o interesse de suplantar suas histórias e seus personagens com bandeiras de quaisquer causas que sejam. O grande pecado de Café com Leite, na realidade, reside em sua premissa, cuja amplitude dramática não consegue ser completamente abrangida pelo roteiro.
No filme, logo que os namorados Marcos (Diego Torraca) e Danilo (Daniel Tavares) decidem morar juntos, a morte dos pais deste último o obriga a reavaliar os planos da mudança, já que ele se torna responsável pela criação do irmão mais novo, Lucas (Eduardo Mello, de De Pernas Por Ar 2). Enquanto tenta se adaptar à nova fase de sua vida, Danilo enfrenta dilemas ordinários, que não escolhem raça, cor, credo, gênero ou orientação sexual.
Dezoito minutos, entretanto, não são suficientes para que as várias implicações da morte prematura dos pais sejam exploradas: o luto, por exemplo, é demasiadamente efêmero, ao passo que as esperadas insubordinações de Lucas são praticamente ignoradas pelo roteiro. Assim, após uma ou outra birra por ciúmes, o garoto se transforma em uma criança extremamente fácil de lidar, diminuindo a relevância dos esforços do protagonista de educá-lo. O zelo de Danilo por Lucas e o estabelecimento de uma nova dinâmica familiar, por outro lado, são bem trabalhados na curta duração e tornam-se o centro dramático do filme, tornando suficientemente críveis as implicações dessas mudanças no namoro do casal central.
Contando com um product placement deselegante (mas compreensível, diante das dificuldades de se financiar um filme no Brasil) e com alguns diálogos forçados (um problema que se repetiu em seu curta posterior), Café com Leite sedimenta o talento de Daniel como contador de histórias simples e envolventes - e a simples vontade de continuar a acompanhar aqueles personagens após os créditos finais cortarem a tela confirma o cineasta como um artista a ser observado.
Café com Leite, Brasil, 2007 | Escrito por Daniel Ribeiro | Dirigido por Daniel Ribeiro | Com Daniel Tavares, Diego Torraca e Eduardo Mello.
No filme, logo que os namorados Marcos (Diego Torraca) e Danilo (Daniel Tavares) decidem morar juntos, a morte dos pais deste último o obriga a reavaliar os planos da mudança, já que ele se torna responsável pela criação do irmão mais novo, Lucas (Eduardo Mello, de De Pernas Por Ar 2). Enquanto tenta se adaptar à nova fase de sua vida, Danilo enfrenta dilemas ordinários, que não escolhem raça, cor, credo, gênero ou orientação sexual.
Dezoito minutos, entretanto, não são suficientes para que as várias implicações da morte prematura dos pais sejam exploradas: o luto, por exemplo, é demasiadamente efêmero, ao passo que as esperadas insubordinações de Lucas são praticamente ignoradas pelo roteiro. Assim, após uma ou outra birra por ciúmes, o garoto se transforma em uma criança extremamente fácil de lidar, diminuindo a relevância dos esforços do protagonista de educá-lo. O zelo de Danilo por Lucas e o estabelecimento de uma nova dinâmica familiar, por outro lado, são bem trabalhados na curta duração e tornam-se o centro dramático do filme, tornando suficientemente críveis as implicações dessas mudanças no namoro do casal central.
Contando com um product placement deselegante (mas compreensível, diante das dificuldades de se financiar um filme no Brasil) e com alguns diálogos forçados (um problema que se repetiu em seu curta posterior), Café com Leite sedimenta o talento de Daniel como contador de histórias simples e envolventes - e a simples vontade de continuar a acompanhar aqueles personagens após os créditos finais cortarem a tela confirma o cineasta como um artista a ser observado.
Café com Leite, Brasil, 2007 | Escrito por Daniel Ribeiro | Dirigido por Daniel Ribeiro | Com Daniel Tavares, Diego Torraca e Eduardo Mello.
