
A produção nacional Do Começo ao Fim, que aborda o romance homossexual entre dois meio-irmãos, parece ser ambientado em um universo paralelo, onde um relacionamento como o do casal principal não parece estar suscetível a se tornar alvo de qualquer tipo de preconceito. O maior problema, entretanto, não é a abordagem leviana do incesto, mas o fato de que o cineasta Aluizio Abrantes desperdiça a chance de levantar uma série de discussões sociais relevantes de sua premissa ao apostar em um conflito pavoroso entre os personagens, que não funcionaria para relacionamentos de qualquer modalidade sexual.
De certa forma, a história de Eu Não Quero Voltar Sozinho também se passa em um universo utópico, no qual um adolescente cego é absolutamente bem adaptado à sociedade e possui uma autoestima surpreendentemente inexorável. Entretanto, diferentemente do longa citado anteriormente, o curta consegue aproveitar os tabus que abraça para reforçar que os conflitos típicos da adolescência atingem até mesmo os aparentemente mais preparados emocionalmente.
Escrito e dirigido por Daniel Ribeiro, Eu Não Quero Voltar Sozinho acompanha a rotina de Leonardo (Ghilherme Lobo), um jovem que encara com bom humor a própria cegueira, estuda em uma classe convencional e conta com o apoio da amiga Giovana (Tess Amorim) para realizar tarefas mais desafiadoras, como voltar do colégio para casa. Entretanto, a dinâmica do casal de amigos é alterado quando o novato Gabriel (Fabio Audi) é acolhido por eles e desperta sentimentos inesperados em Leo.
Utilizando a cegueira do protagonista para reforçar o caráter determinante de aspectos psicológicos no surgimento de um amor, o curta ainda conta com diálogos que abordam de forma natural assuntos pertinentes para jovens daquela idade, criando, nesse sentido, uma bem-vinda verossimilhança - o que provavelmente não seria possível sem o bom desempenho do talentoso elenco. Embora Tess Amorim surja consideravelmente artificial como Giovana, Fabio Audi exprime as inseguranças e a aproximação do novato Gabriel com competência e Ghilherme Lobo desponta como o grande destaque do projeto, encarnando com precisão física a cegueira de Leo e conferindo imensa sensibilidade ao garoto - e é uma pena que o talentoso e carismático ator seja sabotado por alguns péssimos diálogos, como aquele em que o personagem precisa responder à pergunta "Como assim 'apaixonado'?".
Apostando, em um momento importante, no terrível clichê do personagem que desembucha confissões pressupondo erroneamente a identidade de seu interlocutor, Eu Não Quero Voltar Sozinho é um esforço competente o bastante para germinar as expectativas pelo longa inédito Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, no qual Daniel Ribeiro promete expandir o universo dos queridos Leo, Giovana e Gabriel.
De certa forma, a história de Eu Não Quero Voltar Sozinho também se passa em um universo utópico, no qual um adolescente cego é absolutamente bem adaptado à sociedade e possui uma autoestima surpreendentemente inexorável. Entretanto, diferentemente do longa citado anteriormente, o curta consegue aproveitar os tabus que abraça para reforçar que os conflitos típicos da adolescência atingem até mesmo os aparentemente mais preparados emocionalmente.
Escrito e dirigido por Daniel Ribeiro, Eu Não Quero Voltar Sozinho acompanha a rotina de Leonardo (Ghilherme Lobo), um jovem que encara com bom humor a própria cegueira, estuda em uma classe convencional e conta com o apoio da amiga Giovana (Tess Amorim) para realizar tarefas mais desafiadoras, como voltar do colégio para casa. Entretanto, a dinâmica do casal de amigos é alterado quando o novato Gabriel (Fabio Audi) é acolhido por eles e desperta sentimentos inesperados em Leo.
Utilizando a cegueira do protagonista para reforçar o caráter determinante de aspectos psicológicos no surgimento de um amor, o curta ainda conta com diálogos que abordam de forma natural assuntos pertinentes para jovens daquela idade, criando, nesse sentido, uma bem-vinda verossimilhança - o que provavelmente não seria possível sem o bom desempenho do talentoso elenco. Embora Tess Amorim surja consideravelmente artificial como Giovana, Fabio Audi exprime as inseguranças e a aproximação do novato Gabriel com competência e Ghilherme Lobo desponta como o grande destaque do projeto, encarnando com precisão física a cegueira de Leo e conferindo imensa sensibilidade ao garoto - e é uma pena que o talentoso e carismático ator seja sabotado por alguns péssimos diálogos, como aquele em que o personagem precisa responder à pergunta "Como assim 'apaixonado'?".
Apostando, em um momento importante, no terrível clichê do personagem que desembucha confissões pressupondo erroneamente a identidade de seu interlocutor, Eu Não Quero Voltar Sozinho é um esforço competente o bastante para germinar as expectativas pelo longa inédito Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, no qual Daniel Ribeiro promete expandir o universo dos queridos Leo, Giovana e Gabriel.
Eu Não Quero Voltar Sozinho, Brasil, 2010 | Escrito por Daniel Ribeiro | Dirigido por Daniel Ribeiro | Com Ghilherme Lobo, Tess Amorim e Fabio Audi.