
Ao longo dos anos, as paródias cinematográficas se perderam entre a sátira aos clichês e a simples recriação de cenas com o acréscimo de sexo, flatulências, pancadas e tombos (dizem, por exemplo, que o banheiro visto no prólogo de Todo Mundo em Pânico 4 representava com tanta fidelidade o cenário do primeiro Jogos Mortais que os produtores de terceiro filme pediram autorização para rodar nele algumas cenas da produção). Infelizmente, essa tendência responde por um dos problemas centrais de Inatividade Paranormal - com a diferença que, ao menos aqui, a seleção de um número menor de obras a serem satirizadas torna a narrativa mais linear e, até certo ponto, coerente.
Brincando essencialmente com os três primeiros Atividade Paranormal e Filha do Mal, o filme traz Marlon Wayans e Essence Atkins como Malcolm e Kisha, um casal que acaba de tomar a decisão de morar junto e registrar em vídeo a experiência. Todavia, estranhos fenômenos denunciam a presença de uma entidade maligna na residência - e, para combatê-la, o casal recorre a um médium gay (Nick Swardson, de Este é o Meu Garoto), a um padre (Cedric the Entertainer) e a apresentadores de um reality show de caçadores de fantasmas (David Koechner, de Premonição 5, e Dave Sheridan).
Surpreendentemente, o diretor Michael Tiddes e os roteiristas Rick Alvarez e Marlon Wayans conseguem manter a narrativa dentro de um certo realismo, exigido pelo subgênero found footage - e por isso mesmo, ideias como a de utilizar a câmera presa ao ventilador (de Atividade Paranormal 3) para construir uma piada nonsense envolvendo múltiplas atividades ilícitas da empregada Rosa (Marlene Forte) - uma para cada ciclo do ventilador - desagradam por destoar dessa abordagem. Por outro lado, a assombração é dotada de um comportamento completamente inconstante, permitindo que toda e qualquer piada elaborada pelos roteiristas seja incluída - de atividades sexuais e consumo de drogas até os ridículos acontecimentos do desfecho.
Todavia, Inatividade Paranormal se sobressai diante de porcarias como A Saga Molusco - Anoitecer, Espartalhões ou o semelhante Atividade Supernatural por conseguir emplacar algumas gags realmente engraçadas. O momento, próximo ao início do filme, em que Kisha surta ao descobrir que seu molho de chaves está no chão, e não na mesa em que havia deixado, satiriza o impulso ferrenho de personagens do gênero de atribuir à atividade fantasmagórica a responsabilidade por eventos triviais, cujas ocorrências poderiam ser explicadas de incontáveis outras formas mais plausíveis. Além disso, o momento em que a mulher é possuída diverte pela atitude impensável de passear com certo cachorro (e pela reação de Malcolm a isso), ao passo que a cena em que o casal decide ignorar as atividades paranormais na cozinha é certamente a mais divertida do longa. Por fim, o absurdo comportamento dos pais de Kisha em filmagens antigas também tem lá a sua graça.
Mas, claro, nem tudo são flores: para cada risada, há uma avalanche de imbecilidades que condenam o longa ao insucesso e ao rápido esquecimento.
Brincando essencialmente com os três primeiros Atividade Paranormal e Filha do Mal, o filme traz Marlon Wayans e Essence Atkins como Malcolm e Kisha, um casal que acaba de tomar a decisão de morar junto e registrar em vídeo a experiência. Todavia, estranhos fenômenos denunciam a presença de uma entidade maligna na residência - e, para combatê-la, o casal recorre a um médium gay (Nick Swardson, de Este é o Meu Garoto), a um padre (Cedric the Entertainer) e a apresentadores de um reality show de caçadores de fantasmas (David Koechner, de Premonição 5, e Dave Sheridan).
Surpreendentemente, o diretor Michael Tiddes e os roteiristas Rick Alvarez e Marlon Wayans conseguem manter a narrativa dentro de um certo realismo, exigido pelo subgênero found footage - e por isso mesmo, ideias como a de utilizar a câmera presa ao ventilador (de Atividade Paranormal 3) para construir uma piada nonsense envolvendo múltiplas atividades ilícitas da empregada Rosa (Marlene Forte) - uma para cada ciclo do ventilador - desagradam por destoar dessa abordagem. Por outro lado, a assombração é dotada de um comportamento completamente inconstante, permitindo que toda e qualquer piada elaborada pelos roteiristas seja incluída - de atividades sexuais e consumo de drogas até os ridículos acontecimentos do desfecho.
Todavia, Inatividade Paranormal se sobressai diante de porcarias como A Saga Molusco - Anoitecer, Espartalhões ou o semelhante Atividade Supernatural por conseguir emplacar algumas gags realmente engraçadas. O momento, próximo ao início do filme, em que Kisha surta ao descobrir que seu molho de chaves está no chão, e não na mesa em que havia deixado, satiriza o impulso ferrenho de personagens do gênero de atribuir à atividade fantasmagórica a responsabilidade por eventos triviais, cujas ocorrências poderiam ser explicadas de incontáveis outras formas mais plausíveis. Além disso, o momento em que a mulher é possuída diverte pela atitude impensável de passear com certo cachorro (e pela reação de Malcolm a isso), ao passo que a cena em que o casal decide ignorar as atividades paranormais na cozinha é certamente a mais divertida do longa. Por fim, o absurdo comportamento dos pais de Kisha em filmagens antigas também tem lá a sua graça.
Mas, claro, nem tudo são flores: para cada risada, há uma avalanche de imbecilidades que condenam o longa ao insucesso e ao rápido esquecimento.

A Haunted House, EUA, 2013 | Escrito por Rick Alvarez e Marlon Wayans | Dirigido por Michael Tiddes | Com Marlon Wayans, Essence Atkins, David Koechner, Nick Swardson, Cedric the Entertainer, Andrew Daly, Alanna Ubach, Marlene Forte, Dave Sheridan e Affion Crockett.