31 de março de 2013

Curta | Mamá

MAMÁ

Não entendo a badalação em torno do curta de terror espanhol Mamá. Com pouco menos de 3 minutos de duração, o filme naturalmente não tem tempo para (e nem pretensão de) contar uma história e, por isso, aposta todas as suas fichas na construção de uma atmosfera apavorante. Mas será que ele consegue?

Em partes sim, mas com estratégias pouco sofisticadas. Novamente, a curta duração prejudica o suspense,  já que tudo tem que ser apresentado, desenvolvido e concluído em pouquíssimo tempo. Na pressa, a assustadora figura humana e os sustos precisam ser objetivos e acabam se revelando extremamente convencionais - e apenas no momento em que a câmera acompanha as garotas subindo apressadamente as escadas senti a tensão se aproximando, em função da escolha de um ângulo que não nos permite conferir se algo ou alguém as persegue.

Ao menos tecnicamente, o curta é merecedor de aplausos: a ideia de contar a história em um único plano (com cortes escondidos, é verdade, mas quem se importa?) é bem executada e favorece o suspense, ao passo que a maquiagem e os efeitos são dignos para uma produção de baixo orçamento. No final, Mamá acaba soando como uma cena solta de um filme de terror com alguma chance de agradar, de modo que o longa Mama, com estreia programada para a próxima sexta, pode representar uma boa oportunidade para o diretor e roteirista Andrés Muschietti mostrar seu valor.

Mamá, Espanha, 2008 | Escrito por Andrés Muschietti | Dirigido por Andrés Muschietti | Com Victoria Harris, Berta Ros e Irma Monroig.