
Embora considere Jason Segel um bom ator, Cinco Anos de Noivado me obrigou a reconhecer, em caráter oficial, que os elogios não podem ser estendidos para sua carreira de roteirista. Apesar de bastante eficiente, seu primeiro trabalho na função, Ressaca de Amor, era basicamente salvo pelo carisma dos personagens, enquanto o seguinte, Os Muppets, se apoiava inteiramente no charme nostálgico dos fantoches - e em Cinco Anos de Noivado, (quase) nada consegue desviar nossa atenção do fraco texto de Segel.
Dirigido e co-escrito por Nicholas Stoller (colaborador habitual do ator e roteirista), o longa tem início com o pedido de casamento feito a Violet Barnes (Emily Blunt) por Tom Solomon (Jason Segel) e passa a acompanhar uma série de circunstâncias que obrigam o casal a adiar os planos do matrimônio. Quando a mulher recebe uma proposta acadêmica promissora, Tom e Violet mudam de cidade e constroem um lar longe da família e de amigos - e enquanto a personagem de Emily Blunt cresce profissionalmente, o de Jason Segel (Professora Sem Classe) é marcado por uma frustração crescente, graças à falta de boas oportunidades para chefs de cozinha na região.
Por falta de diálogo, uma crise se instaura na relação - e nesse sentido, a longa, sincera e natural conversa do casal exibida próxima à metade do filme surge como uma agradável surpresa por, dentre outros méritos, reforçar de forma simples o amor compartilhado por ambos. É uma pena, portanto, que a partir daí o filme decaia de vez: a transformação de Tom em uma figura grotesca é forçada e pouco crível, enquanto todas as influências do antipático professor Winton Childs (Rhys Ifans) na trama - incluindo o inconvincente relacionamento com Violet - transformam o conflito do casal principal em uma imensa bobagem. Por outro lado, Segel e Stoller conseguem extrair reflexões interessantes de um aparentemente inofensivo exercício psicológico envolvendo o consumo de donuts.
Com Segel irregular e Blunt tendendo à antipatia, graças aos lapsos de egoísmo de Violet, o longa abre espaço para que coadjuvantes se destaquem - e enquanto a belíssima Alison Brie (Pânico 4) representa o amadurecimento de Suzie com talento, Chris Pratt (10 Anos de Pura Amizade) surpreende e diverte bastante com a imaturidade incorrigível de Alex. E embora o trabalho de Stoller tenha lá seus acertos (a cena que mostra a rotina exaustiva de Tom e Audrey é perfeita), os equívocos chamam mais atenção: os batidos discursos pré-matrimoniais têm pouca graça e surgem em nada menos que dois momentos distintos do longa, ao passo que a discussão entre Violet e Suzie com vozes alteradas é desastrosa.
Lançado no Brasil diretamente em vídeo, Cinco Anos de Noivado é repleto de panos de fundo interessantes, mas o modo ineficaz como a trama é desenvolvida compromete tanto os esforços da produção que nem o desfecho extremamente açucarado diminui a exaustão das mais de duas horas passadas na companhia de Tom e Violet.
Dirigido e co-escrito por Nicholas Stoller (colaborador habitual do ator e roteirista), o longa tem início com o pedido de casamento feito a Violet Barnes (Emily Blunt) por Tom Solomon (Jason Segel) e passa a acompanhar uma série de circunstâncias que obrigam o casal a adiar os planos do matrimônio. Quando a mulher recebe uma proposta acadêmica promissora, Tom e Violet mudam de cidade e constroem um lar longe da família e de amigos - e enquanto a personagem de Emily Blunt cresce profissionalmente, o de Jason Segel (Professora Sem Classe) é marcado por uma frustração crescente, graças à falta de boas oportunidades para chefs de cozinha na região.
Por falta de diálogo, uma crise se instaura na relação - e nesse sentido, a longa, sincera e natural conversa do casal exibida próxima à metade do filme surge como uma agradável surpresa por, dentre outros méritos, reforçar de forma simples o amor compartilhado por ambos. É uma pena, portanto, que a partir daí o filme decaia de vez: a transformação de Tom em uma figura grotesca é forçada e pouco crível, enquanto todas as influências do antipático professor Winton Childs (Rhys Ifans) na trama - incluindo o inconvincente relacionamento com Violet - transformam o conflito do casal principal em uma imensa bobagem. Por outro lado, Segel e Stoller conseguem extrair reflexões interessantes de um aparentemente inofensivo exercício psicológico envolvendo o consumo de donuts.
Com Segel irregular e Blunt tendendo à antipatia, graças aos lapsos de egoísmo de Violet, o longa abre espaço para que coadjuvantes se destaquem - e enquanto a belíssima Alison Brie (Pânico 4) representa o amadurecimento de Suzie com talento, Chris Pratt (10 Anos de Pura Amizade) surpreende e diverte bastante com a imaturidade incorrigível de Alex. E embora o trabalho de Stoller tenha lá seus acertos (a cena que mostra a rotina exaustiva de Tom e Audrey é perfeita), os equívocos chamam mais atenção: os batidos discursos pré-matrimoniais têm pouca graça e surgem em nada menos que dois momentos distintos do longa, ao passo que a discussão entre Violet e Suzie com vozes alteradas é desastrosa.
Lançado no Brasil diretamente em vídeo, Cinco Anos de Noivado é repleto de panos de fundo interessantes, mas o modo ineficaz como a trama é desenvolvida compromete tanto os esforços da produção que nem o desfecho extremamente açucarado diminui a exaustão das mais de duas horas passadas na companhia de Tom e Violet.


The Five-Year Engagement, EUA, 2012 | Escrito por Jason Segel e Nicholas Stoller | Dirigido por Nicholas Stoller | Com Jason Segel, Emily Blunt, Chris Pratt, Alison Brie, Rhys Ifans, Mindy Kaling, Randall Park, Kevin Hart, Mimi Kennedy, David Paymer, Jacki Weaver, Jim Piddock, Dakota Johnson, Adam Campbell, Lauren Weedman, Brian Posehn, Tracee Chimo.