19 de fevereiro de 2013

Cena em Destaque | Harry Potter 19 anos depois

Rupert Grint, Emma Watson e Daniel Radcliffe em HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE - PARTE 2 (Harry Potter and the Deathly Hallows - Part 2)

Muito antes de escrever e lançar o último livro da série Harry Potter, a autora J.K. Rowling declarou que o último capítulo da história já havia sido redigido. Naturalmente, a expectativa dos fãs era altíssima - e por essas e outras, a decepção também foi considerável. Narrando um reencontro dos personagens 19 anos depois do desfecho do confronto entre Harry e Voldemort, o prólogo pecava por preservar algumas características desnecessárias dos jovens personagens (como o comportamento imaturo de Rony) e por acrescentar pouco àquele universo. Apenas o último parágrafo frase do capítulo era mais significativo e emblemático ao colocar uma pedra sobre a história do personagem principal: "A cicatriz não incomodara Harry nos últimos dezenove anos. Tudo estava bem".

Como não poderia deixar de ser, a transposição do prólogo para o Cinema não foi das mais felizes. Embora o corte do comportamento irritante de Rony tenha sido um dos grandes acertos da adaptação, a sequência traz, antes de tudo, os atores principais sob uma maquiagem que simplesmente não consegue lançar sobre os rostos dos personagens quase duas décadas a mais de vida. E além das atuações robóticas das crianças que dão vida aos descendentes de Potter e dos Weasleys (repare a forma mecânica como os jovens olham para os elementos mágicos da cena, obviamente ausentes na gravação da cena, especialmente Alvo Severo Potter fitando a mão da garota ruiva antes mesmo que o sapo de chocolate salte para ela), é lamentável que, após mais de uma década de evolução na composição de Potter, Radcliffe profira suas falas com tamanha artificialidade, embora duvido que algum ator seria capaz de dizer o horrendo texto com naturalidade.

HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE - PARTE 2 (Harry Potter and the Deathly Hallows - Part 2)

Entretanto, todos esses pecados são passíveis de esquecimento quando o Expresso de Hogwarts parte da Plataforma 9 3/4 de King's Cross e a câmera se volta para o trio principal. Deixando de lado figurantes e atores secundários, a câmera se aproxima vagarosamente dos estrategicamente próximos Daniel Radcliffe (A Mulher de Preto), Emma Watson (As Vantagens de Ser Invisível) e Rupert Grint com o acompanhamento da trilha de John Williams que originalmente encerrava o primeiro filme, sendo seguida por um fade que convoca desapressadamente os créditos finais, embalados por outras das marcantes composições do longa original. Para os fãs que acompanharam a série por uma década ou mais, é uma despedida de arrepiar.