
Presenças recorrentes em projetos de Michael Bay e, principalmente, J.J. Abrams, os roteiristas Alex Kurtzman e Roberto Orci construíram uma carreira irregular escrevendo filmes como A Ilha, Missão: Impossível III, Cowboys & Aliens, Transformers e sua primeira continuação, A Lenda do Zorro e Star Trek, além da série de TV Fringe. O que todos têm em comum? Nenhum deles é um drama.
Primeira incursão da dupla no gênero, Bem-Vindo à Vida traz Chris Pine como Sam, um homem que se vê obrigado a viajar para sua cidade natal com a namorada (Wilde) em decorrência do falecimento do pai - com quem, acreditem se quiser, ele não tinha uma boa relação, algo (nada) raro no gênero. Contando com o dinheiro da herança para quitar dívidas e salvar seu emprego, Sam é surpreendido pelo advogado da família ao receber, fora dos registros, uma bolsa contendo 150 mil dólares, um endereço e a orientação, assinada pelo próprio pai, de entregar a tal quantia a uma pessoa chamada Josh. É então que o homem descobre um braço da família que até então desconhecia, formado por sua meia-irmã, a mãe solteira, garçonete e alcoólatra em tratamento Frankie (Banks), e o filho dela, o insubordinado Josh (D'Addario).
É aí que Kurtzman, Orci e o estreante Jody Lambert plantam a semente do conflito central do filme, que apela para um dos piores clichês do gênero: sem saber como abordar a irmã, Sam se aproxima de Frankie e Josh sem abrir o jogo sobre os laços sanguíneos e constrói uma relação com ambos a partir de encontros supostamente casuais. Assim, depois que começa a ficar claro que aquela mentira (ou omissão) será sustentada pelo protagonista por tempo indeterminado, a bola de neve despenca morro abaixo e passa a crescer descontroladamente - e é torturante acompanhar a narrativa na expectativa pelo óbvio e previsível choque de uma mãe solteira carente e um garoto necessitado de uma figura paterna com um homem gentil e extraordinariamente solícito que omite seu parentesco.
Embora formulaico e repleto de clichês (a doença de certa personagem é inserida e arrancada da trama com igual arbitrariedade), o roteiro possui lá sua carga de sensibilidade e consegue explorá-la suficientemente bem, com respaldo do elenco formado pela sempre bela e competente Elizabeth Banks, pelo talentoso e ainda promissor Chris Pine e pela irrepreensível veterana Michelle Pfeiffer, no papel da mãe do protagonista. Dirigido por Alex Kurtzman, o filme desenvolve com competência a delicada temática familiar em seus altos e baixos e é arrematado com uma ideia ligeiramente artificial, mas que resulta em uma cena graciosa, emblemática e, sobretudo, comovente.
Primeira incursão da dupla no gênero, Bem-Vindo à Vida traz Chris Pine como Sam, um homem que se vê obrigado a viajar para sua cidade natal com a namorada (Wilde) em decorrência do falecimento do pai - com quem, acreditem se quiser, ele não tinha uma boa relação, algo (nada) raro no gênero. Contando com o dinheiro da herança para quitar dívidas e salvar seu emprego, Sam é surpreendido pelo advogado da família ao receber, fora dos registros, uma bolsa contendo 150 mil dólares, um endereço e a orientação, assinada pelo próprio pai, de entregar a tal quantia a uma pessoa chamada Josh. É então que o homem descobre um braço da família que até então desconhecia, formado por sua meia-irmã, a mãe solteira, garçonete e alcoólatra em tratamento Frankie (Banks), e o filho dela, o insubordinado Josh (D'Addario).
É aí que Kurtzman, Orci e o estreante Jody Lambert plantam a semente do conflito central do filme, que apela para um dos piores clichês do gênero: sem saber como abordar a irmã, Sam se aproxima de Frankie e Josh sem abrir o jogo sobre os laços sanguíneos e constrói uma relação com ambos a partir de encontros supostamente casuais. Assim, depois que começa a ficar claro que aquela mentira (ou omissão) será sustentada pelo protagonista por tempo indeterminado, a bola de neve despenca morro abaixo e passa a crescer descontroladamente - e é torturante acompanhar a narrativa na expectativa pelo óbvio e previsível choque de uma mãe solteira carente e um garoto necessitado de uma figura paterna com um homem gentil e extraordinariamente solícito que omite seu parentesco.
Embora formulaico e repleto de clichês (a doença de certa personagem é inserida e arrancada da trama com igual arbitrariedade), o roteiro possui lá sua carga de sensibilidade e consegue explorá-la suficientemente bem, com respaldo do elenco formado pela sempre bela e competente Elizabeth Banks, pelo talentoso e ainda promissor Chris Pine e pela irrepreensível veterana Michelle Pfeiffer, no papel da mãe do protagonista. Dirigido por Alex Kurtzman, o filme desenvolve com competência a delicada temática familiar em seus altos e baixos e é arrematado com uma ideia ligeiramente artificial, mas que resulta em uma cena graciosa, emblemática e, sobretudo, comovente.
People Like Us, EUA, 2012 | Escrito por Alex Kurtzman & Roberto Orci & Jody Lambert | Dirigido por Alex Kurtzman | Com Chris Pine, Elizabeth Banks, Michael Hall D'Addario, Michelle Pfeiffer, Olivia Wilde, Mark Duplass, Philip Baker Hall e Jon Favreau.