
A limitação espacial de Enterrado Vivo (que se passa inteiramente dentro de um caixão) parece ter sido imprescindível para o sucesso do roteiro de Chris Sparling. Prova disso é esse Armadilha, seu novo trabalho como roteirista, que se propõe a criar um suspense em torno de um trio de amigos acuados em um caixa 24 horas, graças à coerção de um maníaco cujo rosto permanece oculto por debaixo do capuz de um casaco de inverno.
De certo modo, Sparling até consegue conferir dinamismo à situação dos personagens, mas o grande problema é a forma como isto é feito. Como se não bastassem as diversas vezes em que os personagens desperdiçam a chance de fugir do local (quando se encontram claramente fora do campo de visão do maníaco), há também as ocasiões em que um ou mais deles de fato saem do caixa, mas, por uma bizarra questão de autopreservação, decidem retornar às pressas ao recinto, como se essa fosse a decisão mais sábia e segura a ser tomada. Isso sem contar as convenientes contribuições das vítimas para o sucesso do plano do psicopata, como estacionar o carro longe do caixa ou deixar pertences como celular dentro do veículo.
Não demora muito para que, pela burrice, sejamos quase induzidos a torcer contra as vítimas, que praticamente fazem por merecer as consequências drásticas de suas decisões. O diretor David Brooks faz o que pode para conduzir o projeto de forma interessante e até consegue extrair alguma tensão de uma ou outra passagem, mas não consegue fugir das opções comprometedoras de Sparling. E considerando que o novo trabalho de Rodrigo Cortés também deixa bastante a desejar, fica no ar a dúvida: a competência de ambos é questionável ou simplesmente deveriam voltar a trabalhar juntos?
ATM, EUA/Canadá, 2012 | Roteiro de Chris Sparling | Dirigido por David Brooks | Com Brian Geraghty, Alice Eve, Josh Peck e Mike O'Brian.
De certo modo, Sparling até consegue conferir dinamismo à situação dos personagens, mas o grande problema é a forma como isto é feito. Como se não bastassem as diversas vezes em que os personagens desperdiçam a chance de fugir do local (quando se encontram claramente fora do campo de visão do maníaco), há também as ocasiões em que um ou mais deles de fato saem do caixa, mas, por uma bizarra questão de autopreservação, decidem retornar às pressas ao recinto, como se essa fosse a decisão mais sábia e segura a ser tomada. Isso sem contar as convenientes contribuições das vítimas para o sucesso do plano do psicopata, como estacionar o carro longe do caixa ou deixar pertences como celular dentro do veículo.
Não demora muito para que, pela burrice, sejamos quase induzidos a torcer contra as vítimas, que praticamente fazem por merecer as consequências drásticas de suas decisões. O diretor David Brooks faz o que pode para conduzir o projeto de forma interessante e até consegue extrair alguma tensão de uma ou outra passagem, mas não consegue fugir das opções comprometedoras de Sparling. E considerando que o novo trabalho de Rodrigo Cortés também deixa bastante a desejar, fica no ar a dúvida: a competência de ambos é questionável ou simplesmente deveriam voltar a trabalhar juntos?
ATM, EUA/Canadá, 2012 | Roteiro de Chris Sparling | Dirigido por David Brooks | Com Brian Geraghty, Alice Eve, Josh Peck e Mike O'Brian.