
Um cisne branco, de porcelana, no criado-mudo. Ao alcance, próximo, frágil.
E um cisne negro, de pelúcia, ao fundo, perdido em algum lugar em meio aos demais adornos do quarto de Nina. Mas presente.
Atualização (07/12/2011):
Fui precipitado ao julgar que os fantásticos elementos de cena de Cisne Negro mereceriam apenas uma única citação e, motivado pelo comentário do colega Márcio Sallem, achei por bem complementar o post com mais três imagens e a descrição completa da cena acima.
Após uma tentativa de masturbação frustrada pela presença da mãe em seu quarto, Nina encontra uma barra de madeira que, posicionada atrás da porta (que não possui tranca), lhe garantiria uma maior privacidade. Enquanto testa a eficiência do objeto, entretanto, a personagem de Natalie Portman nota a aproximação de sua mãe e, assim, esconde rapidamente a barra embaixo da cama e deita apressadamente, tentando disfarçar sua ação.
Antes

Depois

Percebam como antes de estabilizar em Nina, a câmera passa rapidamente por não apenas um, mas dois cisnes negros de pelúcia (que corroboram as insinuações que fiz no início do post) para, por fim, se fixar no cisne branco de porcelana do criado-mudo, que ganha um destaque inegável ao ser posicionado próximo ao ponto de fuga do quadro. Em outras palavras: em busca por uma maior privacidade (algo que desafia a submissão à própria mãe), Nina tem um lapso de comportamento digno de cisne negro mas, por fim, acaba cedendo à própria natureza de cisne branco.
Impecável.
Impecável.
E para finalizar, um elemento de cena mais óbvio, possivelmente notado pela grande maioria mas, mesmo assim, não menos fantástico: o que estará impedindo Nina de se masturbar nessa cena?
